Davi Duarte lotou o CCBNB neste sábado, mostrando oito músicas inéditas, cantando com o público os grandes sucessos e sendo abraçado por colegas da Geração 90
Uma noite histórica, incluindo oito canções inéditas de um dos mais aplaudidos cantores, compositores e instrumentistas do Ceará para o Brasil e um reencontro musical, afetivo e simbólico de artistas da Geração 90 da cena cearense. Davi Duarte lotou neste sábado, 27/5, o Centro Cultural Banco do Nordeste, no Centro de Fortaleza, sendo acolhido com entusiasmo, atenção e carinho pelo público ao longo de um show de 1h45 minutos. A primeira apresentação autoral de Davi desde o início da pandemia se transformou em um grande encontro entre artistas e espectadores, compartilhando a emoção de participar de um momento mais que especial e representativo.
O show teve apoio do CCBNB e dos projetos Jazz em Cena e Futuro e Memória - Música do Ceará. Participando do "Futuro e Memória", Davi interpretou recentemente a música "No silêncio da canção", de Rogério Franco e Dalwton Moura, regravou "À toa", um de seus grandes sucessos, e participou, desde 2018, de shows em diversos espaços de Fortaleza, em Sobral, Meruoca, Juazeiro do Norte, Crato, Nova Olinda e Sousa-PB. O projeto conta com dois discos lançados e um especial disponível no Youtube.
Parte dos colegas do projeto se reuniu no palco do CCBNB antes do início do show deste sábado, para homenagear Davi: Kátia Freitas, Rogério Franco e Edmar Gonçalves. Além deles, Isaac Cândido e Evaristo Filho.
Emocionada e chamada ao palco de surpresa, Kátia destacou a importância de Davi e de todos os artistas para a música da América Latina, como vozes de uma cena musical incrível e que necessita de maior visibilidade e presença.
Destacando que o espaço estava lotado e deveria estar ainda mais, além de haver muito mais apresentações, Kátia foi às lágrimas, também ao ser convidada a cantar "Babe baby"com Davi, um dos grandes sucessos de autoria do compositor a ganhar as rádios nos anos 90, na voz de Kátia e com um magistral arranjo dela e de Cristiano Pinho, a quem Davi também agradeceu no show deste sábado. Kátia Freitas lançará neste ano seu primeiro disco desde "Próximo", de 2001, trabalho aguardado com extrema ansiedade pelos ouvintes.
Isaac Cândido ressaltou que as composições de Davi Duarte sempre "obrigaram os colegas compositores a se esforçar muito, para tentar nivelar por cima". "É o caso do meu trabalho com o Marcus Dias. Sempre ouvíamos as canções do Davi e pensávamos que precisávamos trabalhar muito para tentar buscar aquele patamar", revelou.
Evaristo Filho lembrou que a primeira música a tocar nas rádios com a voz de Davi foi "Lua nova", de Evaristo e Edvando Filho, e agradeceu a Davi pela interpretação desta canção, que também marcou a abertura das emissoras de rádio para aquela geração de músicos, então em processo de expansão de público e visibilidade, em meados dos anos 90.
Do mesmo modo, Edmar Gonçalves enfatizou a importância de Davi Duarte e do trabalho do compositor que lhe presenteou com a música "Bússola", que dá título ao disco lançado por Edmar nos anos 90, outro grande sucesso no rádio e um álbum cheio de canções premiadas em festivais, como as parcerias com Evaristo Filho. "Bússola" ganhou neste sábado uma versão nas vozes de Davi e Edmar, em momento informal e também de surpresa para todos.
Rogério Franco também homenageou Davi, ressaltando a alegria de estar ao lado, no palco, do parceiro em "Ir passando", faixa do primeiro álbum de Rogério, e de um companheiro de trabalho e de família. "Somos também primos e dividimos esse fazer musical como a missão da nossa vida", disse um dos autores do projeto "Futuro e Memória", que também congrega artistas como Rodger Rogério, Téti, Calé Alencar, Gilmar Nunes, Theresa Rachel, entre outros.
Em formato voz e violão, Davi Duarte arrebatou o público com seu timbre personalíssimo e com inúmeros sucessos, cantados do começo ao fim. Canções como "O que eu queria", "Valeu a pena esperar", "À toa", "Eu tô lá no mar", "Serena saudade", entre tantas outras que conquistaram plateias e se tornaram clássicos da música do Ceará, tiveram espaço lado a lado com nada menos que oito canções inéditas em gravação. Cinco deles tiveram sua estreia no show deste sábado no CCBNB, sendo muito bem recebidas pelo público, com a atenção e a consciência de fazer parte de um momento privilegiado, com a "avant premiére" de tantas criações de Davi. "E várias outras tivemos que cortar do roteiro, pelo tempo. Muitas inéditas que a gente gostaria de mostrar", ressaltou o compositor.
Entre as ainda não lançadas em disco ou nas plataformas estão a hipnótica e sufocante "Maria da Penha", que estreou no espetáculo "Somos Todos Nós Assim", realizado por Davi, Isaac Cândido e Pedro Frota, com participação de Marcus Dias, Marcus Sampaio e Dalwton Moura. A canção também participou do Festival de Música de Fortaleza. E "Atrás do tempo", parceria de Davi e Dalwton Moura, vencedora do I Festival do Cais Bar da Redonda, na interpretação da cantora cearense Cy D'Olímpio.
Entre as canções que tiveram sua estréia no palco do CCBNB neste sábado estiveram "Enleio das horas", "Dentro da memória", "Seguir sem parar" e "O amor é simples", todas muito aplaudidas, diante de um Davi que agradeceu à plateia pela "paciência" com um show com tantas canções inéditas. E recebeu de volta mais aplausos. "A gente ama muito você", gritou uma fã, para mais palmas.
Davi também abriu o show com "Gracias a la vida", atendeu a um pedido para tocar "Presente", composição sua gravada por Aparecida Silvino, e homenageou Julio Serra, guitarrista e personagem do cenário cultural cearense, recentemente falecido.
Além de cantar, entre outros clássicos de seu repertório, "Nenhum medo", "Código", "A sua cara", "Outra canção", "Noite" e "Conjunção feliz" - expressão perfeita para definir o momento de emoção, congraçamento, expressividade, afirmação dessa geração de incríveis artistas, que precisam de mais espaços e ações para poder estar mais perto do público em 2023.
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