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Mostrando postagens de abril, 2011

O visível e o invisível no debate sobre a cultura

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Deve-se pensar a política de cultura segundo um modelo ultrapassado que funcionava para poucos, ou um novo modelo que cria possibilidades para muitos? Deve-se pensar a partir dos “grandes” consagrados pelas antigas regras do jogo, ou dos “pequenos” e “médios” que jamais “chegarão lá” nos mesmos termos? Da perspectiva de reforçar um sistema que necessariamente cria exclusão e escassez, ou da expansão do número de produtores de cultura que conseguem viver de seu trabalho? A partir da base ou da ponta? O que incomoda é que o novo MinC, que deveria estar puxando esses debates, ou não os compreende, ou cria, sobre eles, uma confusão deliberada. O artigo é de Rodrigo Guimarães Nunes. Rodrigo Guimarães Nunes Cientes da amplitude do apoio às políticas da gestão anterior, os novos ocupantes do MinC têm se apressado em negar qualquer ruptura entre as gestões. Segundo a  ministra Ana de Hollanda , “um governo de continuidade pode ter outros focos, o que não significa anular ou inverter o qu

TEIMOSIA

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Caminhei, corri, cantei, gritei, sor ri, sofri, chorei, morri... Ao terceiro décimo dia ressuscitei na poesia do teu olhar, que me engoliu num gole de beijo tímido e úmido. Brindei, explodi, dancei, gargalhei.. . Imaginei santos os dias do beijo, batizado e romaria, e murmurei todas as rezas na beira do meu coração já invadido e dominado por ti. Mas a conspiração de deuses inválidos e mesquinhos atentam contra o presente e o futuro do nosso desejo. Perambulei buscando afastar o pranto e o desengano, construir a luz e a vereda... Todos os batuques e pífanos entoam nossa embolada sagrada, repentes profanos carregados de amor e coragem. Te espero na esquina, menina...  barco e remo para um novo mundo! Cacá Araújo Crato-Cariri Ceará-Brasil

Novela do SBT gera medo da verdade

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Reprodução do artigo de Vivian Fernandes, publicado no sítio do jornal  Brasil de Fato : A novela “Amor e Revolução”, que estreou na última terça-feira (05) no SBT, é alvo de abaixo-assinado promovido por militares que são contra sua exibição. O programa tem o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985) em sua trama central e mostra cenas de tortura e perseguição aos militantes políticos da época. A manifestação contrária à novela foi organizada através de um portal dos militares na internet (www.militar.com.br). No texto do abaixo-assinado aparece a acusação de que o Governo Federal participa de um acordo com o dono do SBT, Sílvio Santos, para exibir a novela. Em troca, o empresário teria a quitação das dívidas do “Banco Panamericano”, que é de sua posse. Segundo a integrante da diretoria do Grupo Tortura Nunca Mais, Elizabeth Silveira Silva, ações como esta demonstram a tentativa de impedir a busca pela verdade desse período. “Na realidade eles não querem

A cultura digital e o direito autoral

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Em artigo para o site Congresso em Foco, escrito em parceria com Fabricio Solagna, do Gabinete Digital do Rio Grande do Sul, a deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) comenta os desafios de proteger o autor na nova realidade da rede digital Estes primeiros dias de 2011 foram atribulados para o Ministério da Cultura (MinC) e para ativistas da cultura livre. Nestes três primeiros meses, a atual gestão do ministério alterou o licenciamento do site institucional e reverteu a proposta de reforma dos Direitos Autorais. Além disso, o MinC declarou que a principal política se concentrará no desenvolvimento de uma Indústria Criativa com forte valorização dos bens imaterias, através da propriedade intelectual. Não faltaram, porém, vozes dissonantes. Principalmente dos ativistas da Cultura Digital e militantes do movimento do Software Livre. Por outro lado, há os defensores ferrenhos da mudança, que invocam questões de soberania nacional e de valorização dos artistas brasileiros. No ent

Congresso Internacional de Línguas, Literaturas e Culturas Africanas e Afro-Americanas.

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De 21 a 24 de setembro de 2011, acontecerá, no DCHT XXIV da UNEB, em Xique-Xique, o  II Xirê das Letras: Giros de Resistência. Congresso Internacional de Línguas, Literaturas e Culturas Africanas e Afro-Americanas . Presenças internacionais já confirmadas: Filinto Elísio (Cabo-Verde); José Luis Tavares (Cabo-Verde); Manuel Brito-Semedo (Cabo-Verde); Odete Semedo (Guiné-Bissau); Albertino Bragança (São Tomé e Príncipe); Camilo Afonso (Adido Cultural da Embaixada de Angola e Diretor Geral do Centro Cultural Casa de Angola); Irene Marques Guerra (Angola); José Gonçalves (Angola); Inocência Mata (Portugal/Universidade de Lisboa). Presenças brasileiras confirmadas: Esmeralda Ribeiro (Cadernos Negros); Márcio Barbosa (Cadernos Negros); Mel Adún (Cadernos Negros); Elio Ferreira (Cadernos Negros/UESPI/UFPI); Iris Amâncio (UFF); Mary Francisca do Careno (UNESP/UNAERP); Sônia Queiroz (UFMG); Jesiel Ferreira de Oliveira Filho (UFS); Amarino Queiroz (UFRN); Yeda Pessoa de Castro (UNEB/UFBA/Acade

Célio Turino e os Pontos de Cultura

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Foto: André Simas Na mesa do restaurante, o historiador  Célio   Turino  não dispõe de melhores artefatos, além de um guardanapo e uma caneta, para auxiliá-lo numa explicação. No pedaço de papel, de modo improvisado, faz alguns esboços. Há uma pirâmide invertida,  com  o topo maior representando o Estado e, na ponta que afunila, escreve-se “povo”. No mesmo guardanapo,  Turino  desenha outra pirâmide, na posição regular, mas inverte o sentido: Estado, agora, está no topo que afunila, e “povo” é a base maior. A primeira figura, explica, é o que geralmente se vê nas gestões em todo o mundo – o Estado, detentor dos recursos, e determinando o que é Cultura. A segunda figura representa a transformação que o historiador realizou quando esteve à frente da Secretaria da Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, entre 2004 e 2010. Turino  já está acostumado  com  a combinação de improvisação objetiva e citações filosóficas de Spinoza e Vygotsky . Em apenas 40 dias, colocou em ativi